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O Instituto

Histórico

O Instituto Arara Azul (ITA) foi criado em 03 de setembro de 2003. O Instituto é uma sociedade civil de direito privado, para fins não econômicos, com autonomia administrativa e financeira, com sede e foro na cidade de Campo Grande, MS, com prazo de duração indeterminado e abrangência nacional. O Instituto Arara Azul nasceu com o objetivo de respaldar juridicamente as ações do Projeto Arara Azul e, a partir de 2004, passou a gerenciar e administrar os recursos recebidos por esse projeto e por outros, inclusive, de pesquisadores parceiros. O Instituto Arara Azul é presidido pela Profª. Dra. Neiva Guedes.

Um de nossos maiores projetos é o Projeto Arara Azul, que estuda a biologia e as relações ecológicas da arara-azul-grande, realiza o manejo e promove a conservação da arara-azul em seu ambiente natural. O Instituto apoia ainda o estudo da biologia reprodutiva das araras-vermelhas, tucanos, gaviões, corujas, pato-do-mato e outras espécies que coabitam com a arara azul no Pantanal. Além de fazer o acompanhamento das araras na natureza, o monitoramento de ninhos naturais e artificiais, numa área de mais de 400 mil hectares, realiza ainda o trabalho de conservação da espécie, em conjunto com proprietários locais. Foram cadastrados mais de 800 ninhos, entre naturais e artificiais, em 65 propriedades. Anualmente, mais de 1600 monitoramentos são realizados no Pantanal sul-mato-grossense e mato-grossense, onde a população de arara-azul é de aproximadamente 5 mil indivíduos.

Nossa missão é a de “Promover a conservação da biodiversidade, buscando a utilização racional dos recursos naturais e a melhoria da qualidade de vida.”

Visão geral

O Projeto Arara Azul começou em 1990, tendo como apoio de campo a Fazenda Nhumirim do Centro de Pesquisas Agropecuárias do Pantanal, CPAP-Embrapa, na sub-região do Pantanal da Nhecolândia, com recursos do WWF-US e posteriormente veículo Jipe bandeirante cedido pela Toyota.

Nos primeiros trabalhos de campo, Neiva contou com a colaboração do biólogo Lee Harper.

A pesquisa sobre biologia reprodutiva da arara azul virou tema da dissertação de mestrado de Neiva Guedes na ESALQ/USP sob a orientação do Profº Dr. Álvaro Fernando de Almeida.

Em Outubro de 1993, Neiva Guedes conclui o mestrado e em Março de 1994 ingressou no CESUP – Centro de Ensino Superior de Campo Grande, atualmente UNIDERP – Universidade para o Desenvolvimento do Estado e Região do Pantanal, que passa a ser a executora do Projeto através de Neiva Guedes.

Em 1993 e 1994, Neiva recebeu bolsa e recursos da Fundação O Boticário/Mac Arthur Foundation que ajudou a manter o Projeto juntamente com recursos do CECITEC (atual FUNDECT) recebidos com o apoio da SODEPAN (1993-1995).

No período de 1996 a 1999, a maioria das despesas do Projeto foram mantidas pelo casal Elly de Vries e Richard Welch de Los Angeles-EUA que haviam conhecido o Projeto em 1995.

No retorno para o seu país, eles criaram o Hyacinth Macaw Fund repassando recursos através da Califórnia Community Foundation.

Em 1999, com a separação do casal, esse fundo foi extinto.

Em Outubro de 1998 foi inaugurada a 1ª Base de Campo no R. E. Caiman, cedida por Roberto Klabin. Com essa base, o Projeto pôde contratar um assistente de pesquisa para ficar em tempo integral no campo.

No final de 1999, o WWF-Brasil começou a patrocinar a pesquisa e acabou se transformando num grande parceiro do Projeto, através do Programa Pantanal para Sempre, até junho de 2005. No período de reprodução, um biólogo de campo é contratado por seis meses. Em junho de 2001, a Toyota cedeu dois veículos novos. Em 2002, mais um assistente de pesquisa e/ou acadêmico bolsista é absorvido pelo Projeto.

No período de 2000 a 2003, o Projeto recebe o apoio da Fundação Manoel de Barros que gerencia os recursos arrecadados por Neiva Guedes. Além do WWF recebe patrocínio da Vanzin Escapamentos e Brasil Telecom.

No final de 2003 é criado o Instituto Arara Azul e, a partir de 2004 ele passou a gerenciar os recursos do Projeto fornecidos pelo WWF, Ecotrópica Alemã, Vanzin, Brasil Telecom, Roberto Klabin, Burger Zôo, BR Tintas e do Criadouro Asas do Brasil. A equipe de campo passou a contar com um biólogo e estagiários o ano inteiro. O projeto é reconhecido nacional e internacionalmente. Em maio de 2004 Neiva Guedes recebe a medalha de Golden Ark, do príncipe Bernhard da Holanda e também se encontra com o Príncipe Philip, Duque de Edinburgh no Palácio de Buckingham

Em Setembro de 2004 o Centro de Visitantes da base do Projeto no R.E.Caiman é reformulado e reinaugurado com recursos do WWF Brasil. Em 2005 a Toyota troca os dois veículos por versões mais novas e a equipe do Projeto é composta por um biólogo de campo, um assistente de pesquisa e uma comunicadora. No final deste ano é lançado o livro “Araras Azuis” de autoria de Luciano Candisani e Sérgio Túlio, pela Editora DBA.

Em 2006 o Instituto recebe uma turismóloga bolsista do Programa Trainee da Fundação O Boticário, a Toyota do Brasil faz um aporte em recursos para o Projeto Arara Azul e promove vários eventos para divulgação do Projeto em outros estados do Brasil. A convite da Toyota o Projeto sai do Pantanal para ser divulgado em feiras, exposições e eventos em São Paulo. São realizadas duas provas especiais do Toyota Hilux Expeditions – Projeto Arara Azul, um rali de regularidade, para divulgar o projeto para outros públicos. Palestras são proferidas no Brasil. Foi inaugurado o Centro de Visitantes do Projeto na Pousada Araraúna, da UNIDERP, no Pantanal de Aquidauana e o no R.E. Caiman, no Pantanal de Miranda, o Centro de Visitantes é novamente reformulado com a construção de um laboratório. No final de 2006, a arara azul é escolhida com mais sete espécies de animais ameaçados de extinção pelo mundo (tigre de bengala no Nepal, urso panda na China, urso polar no Canadá, elefante na Índia, gorila em Ruanda e tartaruga de pente na Costa Rica) para tema de um documentário realizado pela Endemol para a ITV de Londres.

Linha do tempo

O Projeto contou com a parceria do Laboratório de Genética Molecular de Aves da USP, coordenado pelas Drª Anita Wajntal e Drª Cristina Yumi Miyaki, que realizam sexagem e análise de DNA das aves, trabalhos estes que já geraram várias dissertações de mestrado e doutorado, bem como inúmeras publicações de artigos científicos.

O Projeto procurou buscar o envolvimento dos peões e fazendeiros do Pantanal. Além das visitas no campo, entrevistas realizadas pela bióloga Eliza Mense constataram que o rádio era o principal meio de comunicação na região, por isso, mensagens educativas do Projeto foram inseridas num programa de rádio de maior audiência no Pantanal. A população local passou a ser um dos maiores parceiros do Projeto Arara Azul, sendo este um dos principais motivos de sucesso do Projeto e da conservação das araras para a biodiversidade do Pantanal.

Desde o início do Projeto centenas de palestras são proferidas, bem como visitas e reuniões com a comunidade pantaneira. Com objetivo de valorizar a cultura local e propiciar uma alternativa de renda, em 1993 foram iniciadas as oficinas de canto, dança e arte com as crianças pantaneiras na Caiman. Muitos trabalhos foram publicados em revistas e artigos científicos, bem como foram realizadas inúmeras divulgações, em diferentes mídias nacionais e internacionais para a população em geral.

Em 1987 a arara-azul Anodorhynchus hyacinthinus tinha uma população estimada de 2500 indivíduos na natureza, sendo que apenas 1500 eram citadas para todo o Pantanal. Encontrava-se ameaçada de extinção, devido ao tráfico, descaracterização do ambiente e coleta de penas pelos indígenas. Havia relatos de avistamento na natureza, mas poucas informações sobre a biologia e história de vida da espécie.

– 1990-1992 – Cadastro, marcação e monitoramento dos ninhos naturais de arara azul no Pantanal; obtenção e divulgação dos primeiros dados sobre a biologia reprodutiva da espécie na natureza. Busca do envolvimento da população pantaneira na conservação da espécie.

– 1993 – Conclusão do mestrado com 94 ninhos cadastrados, em 11 fazendas no Pantanal da Nhecolândia. Análise das informações básicas sobre a reprodução das araras-azuis. Caracterização do ambiente e identificação dos principais problemas que afetam a população.

– 1994-1996 – Há uma expansão das atividades para 21 fazendas no Pantanal da Nhecolândia, Abobral, Miranda e Nabileque. Tem início os testes com modelos, materiais e tamanhos de ninhos artificiais. Cerca de 193 ninhos estão marcados

– 1997-1998 – Instalação de 105 ninhos artificiais. Há um total de 298 ninhos cadastrados e destes 194 são monitorados. No final de 1998, com a implantação da 1ª Base de campo na Caiman, os trabalhos de monitoramento e manejo passaram a ser concentrados na região de Miranda.

– 1999-2000 – Início dos estudos na base da UNIDERP, na Fazenda Santa Emília no Pantanal de Aquidauana – Rio Negro. Primeiras atividades de manejo dos ninhos naturais. Cerca de 70 ninhos são recuperados, mais 26 ninhos artificiais são instalados e 53 ninhos naturais são cadastrados. Com pouco mais de 400 ninhos cadastrados, 310 (74%) são monitorados. Estudos de sanidade das aves, com veterinários da UNIDERP. Desenvolvimento de palestras e atividades de campo com hóspedes da Caiman. Implantação de um banco de dados com SIG em parceria com pesquisador da UNIDERP.

Em 2000, a população estimada para as araras-azuis no Pantanal é de 3.000 indivíduos.

– 2001-2003 – Há um total de 546 ninhos cadastrados, sendo 346 ninhos naturais e 198 artificiais. O Projeto passa a ser desenvolvido em 45 fazendas em 5 sub-regiões do Pantanal. O monitoramento mais intenso é realizado em cerca de 320 ninhos próximos às duas bases atuais: R.E.Caiman e Pousada Araraúna.

São realizados os primeiros experimentos de manejo de ovos e filhotes com a autorização do “Comitê para Conservação e Manejo da Arara-azul-grande Anodorhynchus hyacinthinus”, coordenado pelo IBAMA. Alguns ovos são incubados com sucesso em laboratório para posterior devolução ou translocação dos filhotes. Pela primeira vez na natureza é possível monitorar o comportamento do casal, ovos e filhotes através da instalação de micro-câmera dentro do ninho. Novos estudos de sanidades são realizados em adultos e filhotes e há relatos inéditos para aves de vida livre.

– 2004-2005 – O Projeto tem sucesso com o manejo de ninhos, ovos e filhotes. A população não só cresce como está expandindo. Vários outros trabalhos começam a surgir no interior do Brasil. A espécie é investigada por um biólogo boliviano treinado no Projeto. Começam os primeiros trabalhos de campo com o manduvi (Sterculia apetala), espécie chave no Pantanal e para reprodução das araras, através do ex-estagiário e biólogo associado, Antonio Santos Jr.
Vários trabalhos são publicados em capítulos de livros, congressos e divulgação para a comunidade em geral.

– 2006-2007 – Prosseguem os trabalhos de campo com monitoramento e manejo de ninhos, ovos e filhotes. Os resultados do Projeto são divulgados num Fórum na França, no Brasil, nos Estados Unidos, no Congresso de Ornitologia Neotropical na Venezuela. Os fatores que afetam o sucesso reprodutivo no Pantanal (desmatamento, queimada, turismo) são analisados na tese de doutorado de Neiva Guedes.

Ao final de 2005 a população de araras-azuis estimada para o Pantanal é de 5.000 indivíduos e constata-se que ela não só aumentou como começou a expandir para outras regiões onde já tinha acabado ou diminuído. O tráfico de araras azuis praticamente acabou no Pantanal Sul e mesmo aves apreendidas no Estado de MS, são provenientes de outras regiões do Brasil. Os resultados das pesquisas são bastante disseminados. Dezenas de acadêmicos, biólogos, veterinários, zootecnistas foram treinados. Proprietários são incentivados a criar RPPNs – Reserva Particular do Patrimônio Natural, começam a replantar o manduvi.

No final de 2006, o Projeto Arara Azul, contabiliza um total de 604 ninhos cadastrados, sendo 386 ninhos naturais e 218 artificiais. O Projeto passa a ser desenvolvido em 57 fazendas em 5 sub-regiões do Pantanal. O monitoramento mais intenso é realizado em cerca de 320 ninhos próximos às duas bases atuais: Caiman e Pousada Araraúna.

Atualmente as araras azuis são encontradas em várias cidades de Mato Grosso do Sul, como Aquidauana, Miranda, Rio Negro e Terenos, esta última a 80 km de Campo Grande, a capital do Estado, onde hoje já habitam as araras canindés (Ara araraúna) e araras vermelhas (Ara chloroptera).

Objetivo

Por ser uma organização não governamental, o Instituto Arara Azul tem como principal finalidade, a promoção da conservação ambiental. O Instituto vem desenvolvendo projetos, de proteção ambiental; como o Projeto Arara Azul, desenvolvido há 30 anos no Pantanal, mantendo as populações viáveis de araras azuis (Anodorhynchus hyacinthinus), a médio e longo prazo em vida livre no seu ambiente natural. Outros projetos também estão sendo executados pelo Instituto Arara Azul; saiba mais sobre os outros projetos aqui.

Em novembro de 2013 foi inaugurado o Centro de Sustentabilidade (C.S.), na cidade de Campo Grande-MS, cuja construção foi doada pela Fundação Toyota do Brasil. O objetivo do C.S. é o de fomentar os projetos da instituição e implementar alternativas viáveis para a geração da auto sustentabilidade financeira, compatíveis com a missão institucional.

Dentre as principais ações que vem complementando os recursos necessários para a execução dos projetos do Instituto Arara Azul, está a Campanha “Adote um Ninho” do Projeto Arara Azul; o Turismo de Observação do Projeto Arara Azul e Aves Urbanas- Araras na Cidade e a Política de Patrocínio, através de doações de pessoas Físicas e Jurídicas com diferentes bônus aos seus patrocinadores.

Veja também

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